03/05/2007
Depois da euforia no meio científico causada pela explosão dos estudos sobre nanotecnologia - técnica que usa partículas de escala nanométrica, a milionésima parte de 1 milímetro -, pesquisas realizadas na França e nos Estados Unidos e relatórios de organizações não-governamentais (ONGs) estão alertando para o perigo de contaminação dos organismos vivos por resíduos, em tese capazes de gerar inflamações pulmonares, no sistema circulatório e no cérebro, entre outras.
As partículas dão origem a materiais mais resistentes ou aderentes, almejados pela indústria. A tecnologia é possível graças ao montador molecular, ou nanomontador, aparelho que permite a organização de átomos e moléculas de acordo com instruções programadas pelo homem. O problema é que certas nanopartículas não estariam mais restritas aos centros de pesquisa, mas se espalhando pelo ambiente.
A suspeita dos cientistas é de que os resíduos seriam capazes de penetrar nas barreiras naturais dos organismos vivos, como as alvéolo-capilares, as hemato-encefálicas e as placentárias. Daí o eventual - e ainda não comprovado - risco à saúde pública, além do perigo ao meio ambiente, a chamada "nanopoluição".
Nanopartículas já estariam sendo usadas na composição de 500 a 700 produtos das indústrias têxtil, agroalimentar, farmacêutica, médica, eletrônica, informática e militar. Raquetes de tênis e bicicletas, vernizes industriais e equipamentos médicos como cateteres e próteses teriam nanocomponentes. A toxicidade das nanopartículas é alvo de controvérsia na França, onde foi montado o Minatec, o pólo de micro e nanotecnologias de Grenoble, cujo orçamento é em parte financiado pelo Ministério da Defesa francês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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